Depois da prostatectomia radical
28 de outubro de 2021A cirurgia de próstata assistida por robô é realizada por 5 ou 6 pequenos cortes de 1cm na região abdominal, onde são colocados dispositivos chamados trocateres, pequenos “tubos ocos” que permitem a acoplagem dos braços e pinças robóticas.
Dentro do bloco cirúrgico:
Desde o início do procedimento, o cirurgião principal ficará o tempo todo no console (computador dedicado ao procedimento), que fica na mesma sala operatória e permite que o médico possa operar sentado de forma confortável, tendo a possibilidade de utilizar um visor que devolve uma imagem bastante ampliada e em 3D.
A visualização é perfeita e permite ao cirurgião enxergar pequenos detalhes, além disso, os joy-stiks (controles) e pedais também controlados pelo médico, permitirão movimentos precisos e extremamente delicados. O cirurgião auxiliar permanece em campo operatório junto ao paciente, realizando alguns importantes passos para otimizar o trabalho do médico que está no console.
Na cirurgia do paciente com câncer de próstata, a glândula é retirada por completo (cápsula e parte interna), vesículas seminais e a bexiga é costurada ao canal da urina (uretra). Por outro lado, quando a cirurgia é para tratar próstatas grandes, mas sem câncer, é retirado apenas o “miolo” da glândula, não sendo necessária a retirada da cápsula e vesículas seminais
Os resultados transoperatórios e pós-operatórios são notadamente fantásticos, com menos sangramento, cirurgia limpa, recuperação pós-operatória rápida e alta precoce acaba sendo a regra para a maioria dos casos.
Quais os riscos de uma cirurgia robótica de próstata?
Por se tratar de uma técnica minimamente invasiva, ou seja, a cirurgia realizada por poucos orifícios de até 1 cm, ela é bastante segura, com menos sangramento e menos complicações, como dores e infecções cirúrgicas. A recuperação do paciente tende a ser mais rápida e a alta precoce, todavia nunca é demais relembrarmos que se trata de uma procedimento anestésico-cirúrgico e, sempre há um risco, por menor que seja.
Falando especificamente da cirurgia de próstata, quando é lidado com casos de câncer, os maiores temores são a incontinência e a impotência sexual. Com o advento da robótica as taxas de incontinência urinária são muito pequenas e giram em torno de 1 a 2%, isto, porque a costura da uretra na bexiga que realizamos com auxílio do robô é realizada com extrema precisão. Quando de trata de um caso cirúrgico onde o crescimento prostático é benigno, a cirurgia é menos complexa e as taxas serão ainda mais baixas.
Quando o assunto é impotência sexual ou disfunção erétil, precisamos ser bastante cautelosos e claros nas informações, em primeiro lugar é necessário sabermos as condições clínicas do paciente no pré-operatório.
Por isso, vale lembrar que os pacientes que não tem câncer e serão submetidos à cirurgia robótica dificilmente terão algum prejuízo na ereção, tendo em vista que é retirado apenas o miolo da glândula, poupado a cápsula, por onde passam milhares de pequenas fibras nervosas responsáveis pela ereção, assim a função erétil na maioria das vezes não sofre alterações.
Com o auxílio da robótica a hipótese de conseguir enxergar e dissecar (separar) melhor e poupar a estrutura é maior, consequentemente aumentando as chances de recuperação total, todavia, de modo geral a literatura é bem enfática em dizer que em média as taxas de disfunção erétil pós prostatectômico radical giram em torno de 20 à 30%.
Abaixo, destacam-se alguns tópicos importantes que podem atrapalhar uma satisfatória recuperação da potência sexual depois da cirurgia do câncer de próstata:
- Idade;
- Hipertensão arterial crônica;
- Diabetes;
- Tabagismo, etilismo;
- Sedentarismo;
- Obesidade.
Portanto, vale sempre reforçar para que todos adotem hábitos de vida saudáveis, realizando atividades físicas regulares, boa alimentação, controle de peso, evitar bebidas alcoólicas e o tabagismo e sempre fazer acompanhamento médico regular. A prevenção sempre foi e será a melhor via para tratar os potenciais problemas.